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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Avatar 2

Ainda sem data para iniciar sua produção, discute-se nos bastidores de Hollywood a continuidade do filme Avatar, de James Cameron. Não se sabe muito, mas as poucas informações que surgem é que o filme será ainda mais fascinante que o primeiro: maior aperfeiçoamento técnico e uma beleza ainda mais tocante. Mas, diferente do primeiro, em que pudemos conhecer a vida simples porém repleta de harmonia, amor e solidariedade dos índios Na'vi com a natureza de Pandora e sua vitória sobre os invasores, a continuação terá um final mais trágico: os humanos - representados por uma grande compania norte-americana e seus mercenários - voltarão ao planeta em busca do mineral Unobtanium muito mais armados e dispostos a destruir de forma definitiva os nativos e sua ecologia. Será que conseguirão?

Certamente isso tudo não é verdadeiro. Que eu saiba, ainda não se discute em lugar nenhum a continuidade de Avatar. Mas se Pandora fosse um planeta real, certamente seria isto que ocorreria: os americanos voltariam para defender seus interesses econômicos, mesmo que isso significasse a perda de milhares de vidas e a destruição da natureza. A ganância humana, com o poder de suas armas, não encontra limites para a exploração. Na época da saga, do que pudemos compreender, a Terra já está desolada. Seria natural pensar que a invasão, mais devastadora e cruel, se faria novamente. Afinal, para que servem as matas senão para explorá-las?

Não aconteceu assim na película de Cameron, um filme sem dúvida anti-imperialista, onde, por incrível que possa parecer, o vilão é o norte-americano, e o herói, um ex-fuzileiro que descobre a aventura e o amor em terras estrangeiras e acaba “traindo” sua pátria, mas não sua consciência. Entender a existência desse filme só é possível se compreendemos que algo passa no senso comum estado-unidense. Em muito, o atoleiro no Iraque e também no Afeganistão contribuíram para isso. Assim como também a crise econômica e a eleição do primeiro negro para presidente dos EUA - mesmo que a esperança esteja se esvaindo.

O filme nos faz torcer pela vitória dos indígenas e de seu líder, Jake Sully (Sam Worthington) e leva a platéia ao êxtase no final. Vivemos o drama daquele povo. Poderia ser qualquer um sob o jugo imperialista, mas também poderia ser uma releitura da conquista da América, ou a História que o espectador eleger. Mas o certo é que a beleza estética e da mensagem nos faz pensar sobre o mundo atual e, certamente, é um forte grito de liberdade, de mostrar que vale a pena lutar, mesmo quando a batalha parece perdida. Mesmo que sejam flechas contra tanques e aviões.

O que isto tem haver com o Haiti? Talvez tudo, talvez nada. Cada um pode fazer a leitura que quiser. Mas certamente tem com o mundo do cinema. Onde, felizmente, podemos ter um final feliz. Oxalá Pandora siga existindo tal como é, senão no mundo real, pelo menos em nossas fantasias.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Novo tremor... Devaneios

Não consigo dormir. Durante as poucas horas em que estava dormindo, sonhei de todas as formas possíveis com o Haiti. Memórias de infância misturadas com cenas do Haiti, pessoas que batiam a porta que pareciam haitianos pedindo ajuda... em todos sonhos, era real: eu estava lá. O último, que me despertou foi o pior: estava numa escola (criação entre as várias que conheci) no coração de Porto Príncipe, momentos antes do terremoto.

Começou com uma briga. Pedradas que alguns alunos atiravam contra outras pessoas. Logo um medo se apossou dos professores, dos transeuntes e da juventude que estava por ali. Seria a ação de alguns garotos inconseqüentes? Será que a polícia viria? Será que haveria briga e todos seriam presos? Um jovem em idade escolar, se refugiou ao me lado na escadaria da escola, que, através do seu vidro imenso, permitia ver toda a capital. Ele estava com medo da polícia. Não estudava, não tinha para onde ir e se viesse o pior, ele diria que era aluno da escola.

Parecia que estava tudo controlado, os garotos ou sumiram ou foram controlados por uns caras da polícia haitiana. E eu estava no terraço da escola. No último andar, de onde se avistava tudo. Não era, mas eu sabia que estava olhando para as ruas da capital, aquelas que vão subindo os morros, com seus prédios estranhos, novos mas com traços europeus. Vi o que para mim era o Hotel Cristophe, sede da ONU um pouco ao meu lado, um pouco distante. O medo e a angústia de todos era grande.

O sol brilhava muito forte, 30 graus do horizonte, deixando todos em silueta, tudo em tons pastéis. De repente todos falavam angustiados em creole. Eu ali, no centro do sonho, tudo girando ao meu redor e como numa câmera lenta pude perceber o desespero das pessoas segundos antes daquilo que elas não sabiam o que seria. Era uma parede. Muito fina, cristalina, transparente, feita de gelo. Como uma interferência de TV, vinda de não se sabe onde, em nossa direção. Como que causada pelo deslocamento de algo muito maior que tudo. Que as pessoas, que as brigas, que a escola. Algo mágico, algo assustador. Alarmes de carro começam a soar ao longe. Vários alarmes ao mesmo tempo. Eu e todos atônitos, olhando, tentando entender. O chão treme. Brum. Acordo.

Acordo com medo de abrir os olhos. Mas eles já estavam abertos. Tenho medo de olhar a escuridão ao meu redor. Olho para a frente e não vejo, mas sei que está ali. Uma visão assustadora que tive quando voltei do Haiti. Sei que está. Sinto ela aqui, ao meu lado, um pouco atrás, enquanto escrevo.

Acordei. Fui ao banheiro. E agora? Não quero dormir. Não quero sonhar. Vou para o computador. Não recebi emails, vejo as notícias? Na manchete: “Tremor de 4,7 graus volta a atingir o Haiti neste domingo”.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A ocupação norte-americana no Haiti

Quem acompanha as tristes notícias que chegam do Haiti, além de se chocar com as imagens de dor, desespero, fome, sede e destruição deve ter se surpreendido com a imagem dos mariners estado-unidenses pousando de helicóptero em pleno gramado do Palácio do governo, também destruído pelo terremoto. Alívio? Vieram combater a desgraça? Ou seria a utilização do terremoto como forma de ocupar o Haiti, distante 400 milhas da Flórida e mais próximo a Cuba?
A opinião dos haitianos se divide, pelo que pudemos acompanhar pela imprensa. É natural que na hora do desespero, a chegada de homens com a aparência de quererem ajudar a reconstuir um país devastado pela tragédia natural seja bem vinda. Mas será que essa ação, sobretudo a tomada do Palácio Nacional tem realmente fins de ajuda humanitária e pacíficos?
Não podemos ter dúvida de que diante da fome e do desespero, o ser humano revela seus mais profundos instintos. A solidariedade, a passividade, o querer bem ao outro são relegados a um segundo plano, na intenção imediata de auto preservar-se mais como ser individual do que coletivo. Uma espécie de ensaio sobre a cegueira, escrito por José Saramago e eternizado nas telas por Fernando Meirelles, quando começa a ser cada um por si, e quem tem visão é rei. No Haiti devastado, o cada um por si é visto nos saques a destroços de supermercados, mesmo que corram o risco de cair sobre suas cabeças, e na violência, onde quem tem arma, é rei.
Por este motivo, é impensável garantir a distribuição de água, saúde e comida sem que haja tropas capazes de permitir e organiza-la. Mas no Haiti já existem tropas. A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, MINUSTAH, chefiada pelo Brasil, está lá há seis anos. Não deveriam os americanos se submeter a ela, ou ao governo haitiano (sim o Haiti tem presidente)? Os americanos preferiram mandar mariners por conta própria e mostrar que pretendem que o Haiti, como de resto a América Latina seja seu quintal. Não podemos esquecer que foram os EUA, a França e o Canadá que tiraram do poder outro presidente, Jean-Bertrand Aristides, também eleito assim como o atual, René Preval.
A pergunta que deve vir a cabeça de qualquer um é: qual o interesse norte-americano no país mais pobre das Américas? Certamente não é o de cuidar de um povo alegre, espiritual, solidário. Então qual seria o interesse? Sabemos que não é de hoje. Uma das maiores construções que pude vislumbrar na capital Porto-Príncipe parecia um shopping center, com grossas paredes revestidas de mármore. Mas era a construção da nova embaixada dos EUA, à prova de atentados, blindada, e provavelmente resistente a terremotos também, ou seja, o interesse não é de hoje.
É difícil afirmar qual é o interesse, mas arrisco alguns: importância geo-política no Caribe e América Central, utilização de mão-de-obra baratíssima, controle de armas e drogas, e porque não arriscar em Petróleo? Sim. Parece que em Cuba tem reservas submarinas e não seria demais imaginar que o Haiti, disto 200 milhas da ilha de Fidel, tivesse também.
Diante deste quadro, vejo com muita apreensão a chegada das tropas americanas. Se fosse humanitário, que fizessem como Cuba, que enviou 300 médicos, ou como o Brasil que voluntariou outros tantos e ainda irá mandar 200 milhões de reais em kits médicos da FioCruz. Vejamos o que as cenas dos próximos capítulos mostrarão, mas tenho para mim uma coisa: o Haiti é dos haitianos e de mais ninguém.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Novo terremoto de 6.1 atinge o Haiti

Notícia do site G1

Confirmada morte de Major

É com pesar que o Comando do Exército informa a identificação do corpo do Major MÁRCIO GUIMARÃES MARTINS que se encontrava na situação de desaparecido na cidade de Porto Príncipe, desde o dia 12 de janeiro, em razão do trágico terremoto ocorrido.

O Major GUIMARÃES, que servia na Brigada de Infantaria Paraquedista, encontrava-se desempenhando a função de Oficial de Estado-Maior do Batalhão de Infantaria de Força de Paz do Haiti (BRABATT), no 12º Contingente Brasileiro da Missão.
Brasília, 20 de janeiro de 2010.

Centro de Comunicação Social do Exército

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tropas Americanas ocupam Haiti

Notícia do Jornal Nacional mostra desembarque americano tomando o Palácio Nacional.

Ministério da Saúde organiza doações e voluntários na ajuda ao Haiti

Brasil enviará mais 20 kits com diversos produtos de saúde para atendimento a população haitiana e técnicos identificarão as necessidades de saúde do Haiti.

Instituições públicas ou privadas que queriam doar medicamentos, insumos de saúde ou enviar profissionais de saúde para compor a ajuda brasileira ao Haiti, contam a partir desta terça-feira (19) com um sistema na internet para cadastrar a sua doação ou serviço. Profissionais de saúde autônomos também podem se inscrever no cadastro reserva do Ministério da Saúde. Técnicos do Ministério da Saúde viajam nesta semana ao país, onde identificarão as necessidades para a reorganização do sistema de saúde local. O Brasil também enviará mais 20 kits com duas toneladas de diversos produtos de saúde para atendimento a população haitiana.

O cadastro poderá ser feito nos seguintes endereços: para medicamentos e insumos http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=3646
e para profissional de saúde http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=3647 e será analisado pelo Ministério da Saúde. O envio dos medicamentos, insumos e de profissional de saúde observará a demanda proveniente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República que coordena a ação de apoio ao Haiti. Assim, as instituições ou pessoas interessadas em doar devem se cadastrar e aguardar a comunicação do Ministério da Saúde.

Várias instituições de saúde sinalizam a disponibilidade de doar medicamentos e insumos ao Haiti. A Fiocruz/Ministério da Saúde ofereceu 40 toneladas de medicamentos para doação ao país. São analgésicos, antiinflamatórios, anti-hipertensivos, sais para a reidratação oral, entre outros, que já fazem desse banco de dados criado pelo Ministério da Saúde. “Nós estamos organizando o estoque de doações relacionadas ao setor saúde. Assim o envio observará as orientações do GSI”, explica o Diretor do Departamento de Vigilância Ambiental, Guilherme Franco Netto, que coordena o grupo de resposta do Ministério da Saúde.

Guilherme Franco explica que a resposta do setor saúde se dará em três fases. No curto prazo, o resgate de pessoas. A oferta de serviços de saúde temporários vem em seguida, com os hospitais de campanha e atividades de prevenção e controle de doenças transmissíveis, uma etapa de médio prazo. Finalmente, será feita a estruturação do sistema de saúde haitiano, um trabalho de médio a longo prazo.

O Ministério da Saúde já enviou 20 kits de medicamentos e insumos estratégicos para a assistência farmacêutica ao Haiti. O material é suficiente para atender 10 mil pessoas por um período de três meses. Outros 20 kits serão encaminhados até a próxima semana. Cada kit contém antiinflamatórios, antibióticos, anti-hipertensivos, diuréticos, analgésicos, para o combate a dermatoses e sais de reidratação oral, além de seringas, luvas, esparadrapos e hipoclorido de sódio, para o tratamento de água potável, entre outros componentes. “Estamos nos organizando para oferecer o máximo de ajuda às vitimas do terremoto”, explica Franco Netto. O envio da ajuda brasileira obedece à estratégia de prioridades do Ministério da Defesa, de acordo com as deliberações do GSI/PR.

VOLUNTÁRIOS - Cerca de 500 profissionais da Rede do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), dos Hospitais do Rio de Janeiro e do Grupo Hospitalar Conceição, do Rio Grande do Sul, entre outros estão à disposição do Ministério da Saúde para atender o governo haitiano assim que solicitado. Quando demandado, serão enviados prioritariamente ao Haiti equipes de saúde do Sistema Único de Saúde que possuem experiência em situação de desastres, urgência e emergência e traumatologia, entre outras especialidades a serem definidas.

O grupo de trabalho do Ministério da Saúde é responsável pela organização da resposta na área de saúde às vitimas do terremoto do Haiti. A partir do banco de dados que está sendo elaborado por meio do cadastro, o grupo organizará o estoque de medicamentos, insumos estratégicos, equipamentos hospitalares e profissionais de saúde disponíveis para atender as demandas e a articulação com o Ministério da Defesa.

Fonte: Assessoria de Comunicação - Ministério da Saúde

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Exército - Terremoto no Haiti – Nota à imprensa nº 13

O Comando do Exército lamenta informar a identificação do corpo do Coronel JOÃO ELISEU SOUZA ZANIN que se encontrava na situação desaparecido na cidade de Porto Príncipe, desde o dia 12 de janeiro, em razão do trágico terremoto ocorrido.

O Coronel ZANIN, que servia no Gabinete do Comandante do Exército, encontrava-se no Haiti participando de reuniões de coordenação de pessoal.

Brasília, 18 de janeiro de 2010.
Gen Bda CARLOS ALBERTO NEIVA BARCELLOS
Chefe do CCOMSEx

EXÉRCITO – Terremoto no Haiti – Nota à imprensa nº 12

É com pesar que o Comando do Exército informa a identificação do corpo do Tenente-Coronel MARCUS VINICIUS MACÊDO CYSNEIROS que se encontrava na situação de desaparecido na cidade de Porto Príncipe, desde o dia 12 de janeiro, em razão do trágico terremoto ocorrido.

O Tenente-Coronel CYSNEIROS, que servia no Gabinete do Comandante do Exército, se encontrava desempenhando as funções de Observador Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti – MINUSTAH.

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Boas notícias

Entre hoje, 17, e ontem soube de duas boas notícias.
A primeira é que a família de Stevee Zephir, mencionado na matéria de O Globo, está viva. A segunda é que os funcionários do Hotel Kinan, onde fiquei em 2007, também estão vivos e o prédio continua de pé.
Abaixo, foto de Stevee.

Documentário no Verdes Mares

Documentário na Folha on line

Documentário em O Globo

Haiti - Arcade Fire

EXÉRCITO
 - NOTA À IMPRENSA Nº 3 
14/01/2010, 7h30

Terremoto no Haiti – Complemento 



Atualizando as informações transmitidas no dia 13 de janeiro de 2010, a propósito da tragédia ocorrida no Haiti, o Comando do Exército informa que o número de vítimas entre os militares brasileiros é o seguinte:

Foram confirmados os óbitos de 13 (treze) militares do BRABATT:

- 1º Tenente BRUNO RIBEIRO MÁRIO;

- 2º Sargento DAVI RAMOS DE LIMA;

- 2º Sargento LEONARDO DE CASTRO CARVALHO;

- 3º Sargento RODRIGO DE SOUZA LIMA;

- Cabo DOUGLAS PEDROTTI NECKEL;

- Cabo WASHINGTON LUIS DE SOUZA SERAPHIN

- Soldado TIAGO ANAYA DETIMERMANI;

- Soldado ANTONIO JOSÉ ANACLETO;

- Soldado FELIPE GONÇALVES JULIO; e

- Soldado RODRIGO AUGUSTO DA SILVA, todos do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena-SP. 


- Cabo ARÍ DIRCEU FERNANDES JÚNIOR e

- Soldado KLEBER DA SILVA SANTOS; ambos do 2º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em São Vicente-SP. 


- Subtenente RANIEL BATISTA DE CAMARGOS, do 37º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lins-SP.

Um militar da MINUSTAH: 
- Coronel EMILIO CARLOS TORRES DOS SANTOS, do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília-DF. 


Além disso, encontram-se desaparecidos 04 (quatro) militares que estavam no Quartel da MINUSTAH (Hotel CRISTOPHER); 
- Cel JOÃO ELISEU SOUZA ZANIN, do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília-DF;

- Ten Cel MARCUS VINICIUS MACEDO CYSNEIROS, do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília-DF; 


- Maj FRANCISCO ADOLFO VIANNA MARTINS FILHO, do Departamento-Geral do Pessoal, sediado em Brasília-DF; e 


- Maj MÁRCIO GUIMARÃES MARTINS, do Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, sediada no Rio de Janeiro-RJ. 


Há 12 (doze) feridos que serão repatriados para o Brasil e 02 (dois) outros militares foram evacuados para a República Dominicana. 


Brasília, 14 de janeiro de 2010.



CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

15/01/2010 - EXÉRCITO - Terremoto no Haiti - Nota à imprensa nº 6 (17h30)

O Comando do Exército informa que, no início da tarde de hoje desembarcaram no aeroporto de Cumbica-SP, dezesseis militares, a seguir nominados, feridos durante o terremoto ocorrido no Haiti:
- Ten Cel ALEXANDRE JOSÉ DOS SANTOS;
- Cap RENAN RODRIGUES DE OLIVEIRA;
- 1º Ten RAFAEL ARAÚJO DE SOUZA;
- 1º Sgt RÔMULO CESAR DE MIRANDA CARVALHO;
- 3º Sgt TARECK SOUZA DE PONTES;
- 3º Sgt GILBERTO EMÍLIO MARAFON;
- 3º Sgt WILLIANS MENDES PEREIRA;
- 3º Sgt CARLOS ALBERTO FONSECA;
- Cb ADRIANO DE BARROS CAVALCANTE;
- Cb EUGENIO PESARESI NETO;
- Cb LAUIS PAULO DAS CHAGAS LIMA;
- Cb CARLOS MICHAEL PIMENTEL DE ALMEIDA;
- Cb ALCIBIADES ORLANDO DOS SANTOS FERREIRA;
- Sd DANIEL COELHO DA SILVA;
- Sd DIOVANI DE SOUZA SILVA THOMAZ; e
- Sd WELINGTON SOARES MAGALHÃES.

Seis militares com ferimentos de menor gravidade permanecem no aquartelamento do BRABATT, um militar continua baixado no Hospital Argentino, em Porto Príncipe, e dois em hospital na República Dominicana.
As buscas aos quatro militares desaparecidos continuam.

Centro de Comunicação Social do Exército

EXÉRCITO – Terremoto no Haiti – Nota à imprensa nº 10 (17H30)

O Comando do Exército lamenta informar a identificação do corpo do Major FRANCISCO ADOLFO VIANNA MARTINS FILHO que se encontrava na situação de desaparecido na cidade de Porto Príncipe, desde o dia 12 de janeiro, em razão do trágico terremoto ocorrido.

O Major ADOLFO, que servia no Estado-Maior do Exército, se encontrava desempenhando as funções de Observador Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti – MINUSTAH.
Brasília, 17 de janeiro de 2010.

Gen Bda CARLOS ALBERTO NEIVA BARCELLOS
Chefe do CCOMSEx

domingo, 17 de janeiro de 2010

Haiti antes do terremoto































Crianças, Palácio Nacional, Catedral, prédio da Embaixada brasileira e vista de Porto Príncipe





Catástrofe no Haiti

Como todos que puderam conhecer o pequeno país caribenho, fiquei chocado com as imagens que nos chegam da destruição causada pelo terremoto de 7 graus que afetou o Haiti no dia 12 de janeiro de 2010. Em primeiro lugar, quero me solidarizar com os familiares das vítimas brasileiras, até agora 14 militares e uma civil, e as milhares de vítimas haitianas. Também não posso deixar de me solidarizar com a angústia de milhares de haitianos que estão fora de seu país, sem poder ter notícias de seus entes, familiares, amigos.

A dificuldade de informações, já que a internet e os telefones haitianos não funcionam, além da falta de energia elétrica tornam quase impossível obter notícias que não as que nos chegam via imprensa nacional e internacional. À angústia de não ter notícias se soma a informação de que, até agora, 7 mil mortos foram enterrados em vala comum, segundo informações do presidente René Preval divulgadas pela CNN, sem saber ao certo o número de vítimas total. Estimam-se 50, 100 mil mortos e já se fala até em 200 mil, mas a falta de estrutura social no Haiti nos faz prever que nunca saberemos com exatidão quantos faleceram na tragédia.

Além da dor da destruição, é necessário apontar que o frágil estado haitiano ruiu literalmente: o Palácio Nacional, sede do governo, imponente prédio branco no centro da capital já não existe mais. Junto com ele, também caíram o parlamento nacional, hospitais e ainda a sede da MINUSTAH, Missão das Nações Unidas pela Estabilidade no Haiti. Isso significa dizer que as instituições – que já eram precárias – não tem mais onde funcionar.

Diante deste quadro, a ajuda humanitária internacional torna-se imprescindível. Não há nenhuma possibilidade de o Haiti se reerguer sozinho ou sequer socorrer as milhares de vítimas. A reconstrução daquele país só será possível com uma efetiva ajuda humanitária internacional. Infelizmente, até agora nos anos de missão, o que foi investido no Haiti foi muito pouco para superar as dificuldades. A MINUSTAH, presente desde 2004 e chefiada pelo Brasil, conseguiu garantir a segurança, mas segundo o próprio relato de militares que dela participaram, a ajuda financeira para a reconstrução do país era muito aquém do necessário. Isso antes do terremoto. Agora...

Por esse motivo temos que saudar as promessas de ajuda, entre elas a brasileira, de 15 milhões de dólares. Apesar de setores da imprensa dizerem que a rapidez com que se destinou verba ao Haiti não se vê em outras fatalidades como o desabamento de Angra dos Reis, é preciso entender que a responsabilidade do nosso país com a nação caribenha é grande, afinal, há seis anos a presença brasileira é uma constante com a liderança da missão da ONU.

Tomara que a ajuda financeira anunciada, que já bate a casa dos 350 milhões de dólares se efetive. Que não se torne apenas promessa lançada no calor dos acontecimentos. Mas é necessário discutir um plano de reconstrução do Haiti, em que estejam presentes também os haitianos, respeitando sua autonomia. Além disso, no que se refere ao governo brasileiro e particularmente ao exército, é necessário se criar as estruturas para convocação voluntária de quem possa ajudar na reconstrução. Durante esses 6 anos de missão, 10 mil homens passaram pelo Haiti, conhecem a região e certamente, muitos destes, se convocados, se disporiam a voltar ao país para ajudar neste momento de dor, buscando sobreviventes e reconstruindo o país. Não é uma tarefa fácil, mas cabe ao Brasil, já que durante tantos anos chefiou a missão, agora se dispor realmente a ajudar o Haiti.


Henrique Maffei

Diretor de Ninguém sabe onde fica o Haiti

15 de janeiro de 2010

EXÉRCITO – Terremoto no Haiti – Nota à imprensa nº 10 (17H30)

O Comando do Exército lamenta informar a identificação do corpo do Major FRANCISCO ADOLFO VIANNA MARTINS FILHO que se encontrava na situação de desaparecido na cidade de Porto Príncipe, desde o dia 12 de janeiro, em razão do trágico terremoto ocorrido.

O Major ADOLFO, que servia no Estado-Maior do Exército, se encontrava desempenhando as funções de Observador Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti – MINUSTAH.
Brasília, 17 de janeiro de 2010.

Gen Bda CARLOS ALBERTO NEIVA BARCELLOS
Chefe do CCOMSEx