Mas se para a Argentina e para o Brasil a Copa perdeu a graça, foi bem longe daqui que ela acabou com a esperança para um povo tão necessitado dela. No distante Haiti não há mais o que comemorar. Não há mais por quem torcer para trazer a alegria. Argentina eliminada. Brasil eliminado. Vidas eliminadas.
Não é sensacionalismo. O periódico Le Nouvelliste dá a notícia: quatro mortos depois do jogo do Brasil. Dois deles por suicídio. Torcedores pelo Brasil que não o conhecem preferiram deixar de viver a assistir uma Copa sem alegria. É triste. Loucura? Provavelmente, mas realidade.
Me pergunto porque não ocorreu a nenhum veículo da grande imprensa de cobrir o nacionalismo pelo Brasil tão longe dele. Afinal, nestes dias de Copa do Mundo somos fustigados por milhares de reportagens sobre um comemorando aqui ou ali, tirando onda ou torcendo contra o outro acolá. Porque esquecer do Haiti, país que o Brasil ocupa militarmente há seis anos, onde atualmente vivem quase 2 mil brasileiros e milhões de apaixonados pela camisa canarinho?
A Copa terminou. Pelo menos para nós. Chora-se no Brasil. Chora-se no Haiti.
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